A Política do Holocausto

O Massacre de Bud Dajo (Massacre Moro)

Por Voltaire Schelling

No alto da ilha Sulu, imponente, estava o vulcão Dajo (Bud Dajo), local escolhido pelos tuasugs para se defenderem das tropas americanas desembarcadas, comandadas pelo coronel J. W. Duncan, que foram enviadas para reprimi-los. 
Os nativos, armados com lanças e espadas de madeira e mais alguns trabucos, imaginaram poder enfrentá-las por um bom tempo ocupando a cratera do vulcão extinto, atrás de uma cerca de bambus. Apoiados por peças de artilharias e mais um barco de guerra que estava ancorado perto do litoral, três colunas de soldados americanos, num total de 790 homens, subiram em direção ao Bud Dajo. 
As ordens do general Leonard Woods eram “matem ou capturem esses selvagens”. O coronel Duncan, porém, principiando o ataque no dia 5 de março de 1906, as reservou para o assalto final à baioneta. Enquanto isso, um surtido fogo de artilharia, disparado a curta distância, dizimou com os resistentes. Os moros haviam levado junto suas famílias, o que fez com que as explosões e estilhaços que choveram sobre eles ceifassem a vida das mulheres e das crianças que estavam dentro da cratera. 
Depois de dois dias de bombardeio, 900 corpos foram contados dentro do matadouro que virara o Bud Dajo. Na contagem final viu-se que somente seis deles sobreviveram. 

  

  Contra os “fanáticos muçulmanos”
Sabedor do massacre, o célebre escritor anti-imperialista Mark Twain compôs uma notável peça satírica contra a ocupação americana das Filipinas (Comments on the Killing of 600 Moros, 1906), o que de modo algum impediu que, transcorridos sete anos daquela tragédia, na semana de 11 a 16 de junho de 1913, o general John Pershing, a repetisse. Desta vez o extermínio deu-se no Bud Bagsak, situado na ilha Lati, onde as baionetas e os balaços dos americanos mataram dois mil moros (entre eles 196 mulheres e 340 crianças), terminado em definitivo com a resistência filipina. 
Como detalhe da cruel psicologia adotada por Pershing, apelidado de Black Jak, no esmagamento do que ele denominou de “fanáticos muçulmanos”, ele ordenara que seus soldados engraxassem suas balas em gordura de porco para que assim os nativos mortos não pudessem entrar no céu islâmico.

 Fonte: Voltaire Schilling-Educa Terra

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