Apologia do Medo

Paz, ou mais? (Peace or Else?)
(Reportagem da Revista Modern Mechanix, EUA -1946) 

“A Humanidade está prestes a encarar a maior escolha de todas que já teve de fazer. A bomba atômica, em três gigantes flashes, transformou nosso planeta em um mundo com apenas uma opção restante. A Terra se tornou um mundo de Ou Isso/Ou Aquilo.

Ou Isso: que estejamos firmemente determinados em que não haja guerra, e gastemos o quanto mais energia, pensamento e dinheiro no problema de preveni-la, como agora fazemos nos preparando para ela. Nesse caso, se formos bem sucedidos, o futuro promete ser um período de conquistas incríveis, progresso ilimitado, de infinita riqueza material e de conhecimento, dos preparativos necessários para que a humanidade possa se espalhar pelo sistema solar, como o primeiro passo para se espalhar pela galáxia.
Ou Aquilo que se cometam erros irreparáveis, como tentar proibir nossa energia atômica, ou acreditar que pelo nosso tamanho e a distância que estamos, permaneceremos salvos, ou então pensar que a guerra sapenas possa acontecer entre outras nações.
Se escolhermos a segunda opção, será, quase que  inevitavelmente, nos envolvermos em outra guerra, uma guerra atômica

A guerra atômica virá sem aviso e sem declaração, com uma fúria tão monstruosa que a mente não pode concebê-la. A primeira publicação autêntica sobre o assunto, o relatório escrito para o Departamento da Guerra pelo Professor H.D. Smyth, (de Energia Atômica para Fins Militares), já salientou que a bomba atômica é especialmente adequada para ataques repentinos, de tornar insignificante e pálido os blitzkrieg attack dos Nazi. “As principais cidades de um país podem ser destruídas durante a noite por um poder aparentemente amigável“, como coloca o professor Smyth. A destruição das principais cidades dos Estados Unidos durante a noite significa a morte de oitenta milhões de pessoas em 12 horas, 57% da população! Isto é, tragicamente para nós, não um pesadelo, mas uma possibilidade muito clara. 

Para que esta possibilidade não se dê de forma alguma , devemos nos prevenir de que potenciais agressores obtenham “o segredo”. Várias nações se encontram no limiar da energia atômica, quando a guerra começou: a corrida ainda não acabou e nós mal vencemos. Dentro de cinco anos todas as nações serão capazes de construir bombas atômicas, todavia não serão capazes de manter esse segredo de fato. A prevenção da guerra, portanto, não é um problema científico, é um problema político. Naturalmente, a destruição seria mútua. O serviço de inteligência saberia quando a guerra o exigisse, e nossos militares estariam prontos para agir. O resultado seria a destruição de todos os centros populacionais e de fabricação de beligerantes, nada restando após dois dias de guerra, apenas vilas pequenas e sem importância, e apenas cerca de um quarto ou um terço da população das nações em conflito ainda permaneceria viva. É uma perspectiva tão incrível que a mente rejeita, mas para entendê-la claramente, temos de tentar visualizar os detalhes. Para esse efeito, devemos entender alguns fatos pertinentes sobre as bombas atômicas que foram utilizadas. A bomba atômica tem um tamanho mimimum. Foi declarado oficialmente que as duas bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki foram as menores que poderiam ser feitas. A destruição alcançada no Japão é, portanto, a  mínima possível. Fontes britânicas afirmam que estas bombas pesavam cerca de 400 libras (aprox.180Kg), na maioria das quais o explosivo não era atômico, mas um mecanismo necessário para garantir sua segurança no manuseio e para sua desactivação. Além disso, as bombas foram jogadas no ar. Portanto, a morte de 100 mil japoneses em cinco microssegundos foi o mais gentil possível, com a aplicação da menor bomba atômica que pode existir. (…)” 
Continue lendo em inglês: modern mechanix

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Irmão mais velho do neandertal, mais novo do homo-sensibilis.
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